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kemperlito

As fronteiras da Ubiquidade Computacional

Para a teologia, a "Ubiquidade" refere-se a capacidade exclusiva de Deus de se manifestar presente em todos os lugares a todo momento. Já para o dicionário Michaelis, ubiquidade é "Qualidade do que está ou existe em todos ou em praticamente todos os lugares.", mas, se são quase todos os lugares, quais são suas fronteiras? A que, de fato, se refere a Ubiquidade Computacional?


O conceito de "Ubiquidade Computacional" foi desenvolvido por Mark Weiser no final dos anos 80, como uma forma de oposição a idéia da "Realidade Virtual". Já na época, muitos defendiam a idéia de que estávamos caminhando para um futuro em que abriríamos mão do meio físico, passando a viver nossas vidas em uma realidade virtual, tal como é abordado na ficção "O Jogador Numero 1" e proposto pelo jogo "Second Life" No entanto, Weiser acreditava em outra coisa, ele previu que as tecnologias computacionais passariam a integrar nosso mundo mais do que nós nos abdicaríamos dele, tornando-as onipresentes em nosso cotidiano.


Atualmente, podemos observar a nossa volta que Weiser não estava errado em sua previsão. Dentro de casa, podemos ver isso se manifestar em nossos eletrodomésticos, o que começou com "Smartphone", agora é "SmartTV", "Geladeira Smart"e até mesmo "Smart Lâmpada". Os computadores e aparelhos digitais já criaram uma relação simbiótica com nossas casas, muitas vezes dentro de uma única rede de informação.


Produtos como a Alexa, uma assistente virtual doméstico desenvolvida pela Amazon, são capazes de conectar todos estes aparelhos em um centro de gerenciamento único. Ainda, ela é capaz de manipular de forma autônoma todos os aparelhos c computacional, de acordo com o perfil de seu dono. Este contexto doméstico está tão presente, que já se manifesta na ficção contemporânea, como na série da Netflix "Lupin", em que o a tecnologia computacional é uma de suas maiores aliadas.



Além disso, a ubiquidade computacional não se limita ao meio doméstico, está presente a toda nossa volta. Para sair de casa, utilizamos um aparelho para trancar a porta, chamamos uma carona através de um aplicativo, nos deparamos com carros autônomos e com outdoors interativos no caminho. Se vamos ao cinema, compramos os ingressos por conta própria, pagamos nossa passagem de ônibus com um cartão em um aparelho, ao fazer compras, já temos a função do caixa, e podemos até fazer o check-in de um voo pelo celular.


No entanto, a ubiquidade computacional não nos trás só benefícios. Hoje, somos vigiados constantemente. Seja por câmeras de segurança, inteligências artificiais ou mesmo nossas redes sociais, estamos disponibilizando uma rede de dados sobre nosso perfil individual e coletivo. Nossos gostos e interesses muitas vezes não são autorais, somos constantemente influenciados por um sistema de informação digital que sabe nosso perfil e nos vê somente como mais um possível comprador.


Será que devemos seguir por esse caminho, em que não mais conseguimos distinguir o físico do digital? Onde é o limite para nós? Devemos nos preocupar com nos tornarmos reféns dos computadores, como no filme "Wall-E"?

Não sabemos o que está por vir, mas podemos refletir e fazer o melhor para criar o mundo que desejamos, concientes da tecnologia que nos cerca.





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